Retrospectiva 2022: mulheres conquistam maioria dos pódios do Brasil em Campeonatos Mundiais

Das 23 medalhas conquistadas pelo Brasil em provas olímpicas, as mulheres somaram 12 pódios para o país. Mayra Aguiar e Rafaela Silva, do Judô, estão na lista.

23/12/2022

Por Comitê Olímpico do Brasil | Crédito da foto: COB

As atletas brasileiras brilharam em Campeonatos Mundiais disputados este ano. Das 23 medalhas conquistadas pelo Brasil em provas olímpicas, as mulheres somaram 12 pódios para o país. Os números mostram que elas dominam também a quantidade de títulos. Cinco das sete medalhas de ouro foram para a dupla Duda e Ana Patrícia, do vôlei de praia; Mayra Aguiar e Rafaela Silva, do Judô; Rebeca Andrade, da ginástica artística; e Rayssa Leal, do skate. 

Para o diretor de Alto Rendimento do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Ney Wilson, o esporte olímpico brasileiro segue em evolução, especialmente com as conquistas das mulheres nos últimos anos.

“A participação das mulheres tem progredido bastante, seja em Jogos Olímpicos, Pan-americanos ou Sul-americanos. Das sete medalhas de ouro conquistadas em Tóquio, três foram das atletas brasileiras. Agora em Campeonatos Mundiais foram cinco. Isso mostra a evolução feminina nas conquistas do Brasil em uma velocidade maior que o masculino e, de um modo geral, elas vêm ocupando esse espaço de forma consistente. Entendo que o COB faz muito bem esse papel na busca da equidade, pois temos trabalhado na procura de treinadoras, árbitras e gestoras que também possam contribuir dentro desse processo”, afirmou.

Ney Wilson avaliou ainda a participação feminina até Paris 2024. “Essa evolução não vai parar por aqui. Creio que chegaremos mais fortes em Paris com a equipe feminina e muitas possibilidades de medalhas. Temos muito o que potencializar nesse trabalho, porque existem muitas especificidades das mulheres. Mas também acredito que o COB tem dado essa atenção há um tempo, e tendo uma participação maior em todas essas áreas conseguimos trazer mais detalhes que sejam importantes na performance da mulher”, concluiu.Duda e Ana Patrícia / Vôlei de Praia

O Brasil voltou ao topo do pódio no vôlei de praia em 2022 com a conquista do título mundial das atletas Duda e Ana Patrícia. A dupla venceu as canadenses Bukovec/Brandie por 2 sets a 0 na final do Campeonato Mundial da modalidade disputado em Roma, na Itália, no mês de junho. Antes disso, o último ouro no feminino para o país foi há sete anos com Ágatha/Bárbara Seixas no Mundial de 2015, na Holanda, quando o pódio foi todo brasileiro.

A conquista da dupla premia a parceria retomada este ano e soma aos ótimos resultados nas categorias de base que as brasileiras têm no currículo. Duda e Ana Patrícia foram campeãs dos Jogos Olímpicos da Juventude em 2014 e bicampeãs mundiais sub-21 em 2016 e 2017.

Mayra Aguiar e Rafaela Silva / Judô 

Em outubro deste ano Mayra Aguiar (-78kg) e Rafaela Silva (-57kg) foram medalhistas de ouro no Campeonato Mundial realizado em Tashkent, no Uzbequistão. Essa foi a melhor participação brasileira com a segunda colocação geral, só atrás do Japão. Nesta mesma competição Beatriz Souza, na categoria acima de 78kg, garantiu a prata.

Mayra foi campeã diante da chinesa Zhenzhao Ma, após conseguir um wazari ainda no começo da luta. Esta é a terceira medalha de ouro de Mayra Aguiar em Mundiais na categoria e alcança, com mais essa conquista, um feito inédito na história do Judô. Isso porque nenhum outro judoca brasileiro chegou a essa marca antes.


Afastada dos tatames desde 2019, quando foi suspensa por doping no Pan-americano de Lima, Rafaela Silva deu a volta por cima e conquistou o bicampeonato mundial. Faltando 30 segundos para terminar a luta, a atleta aplicou um wazari certeiro na rival japonesa Haruka Funakubo.


Rebeca Andrade / Ginástica Artística

A atleta Rebeca Andrade conquistou, em novembro, o ouro inédito para o Brasil no individual geral do Mundial de ginástica artística, realizado em Liverpool, na Inglaterra. Com o título, Rebeca se tornou a primeira brasileira campeã mundial da prova mais tradicional da modalidade. A americana Shilese Jones ficou com a prata. A agora ginasta mais completa do mundo também ficou com o 3º lugar no solo neste Mundial.

Nos Jogos Olímpicos de Tóquio Rebeca havia ganhado a medalha de prata nesta mesma prova, sendo campeã no salto. No mundial, realizado no mesmo ano, a brasileira conquistou o ouro no salto, também inédito, além da prata nas barras assimétricas.

Em outros mundiais o Brasil venceu na final do aparelho com Daiane dos Santos e Diego Hypólito, no solo; e Arthur Zanetti, nas argolas.

Rayssa Leal / Skate

Coroando uma temporada perfeita, a atleta Rayssa Leal foi a grande campeã da Liga Mundial de Skate Street. A maranhense de 14 anos venceu todas as etapas e levou o título, após vencer a final no Rio de Janeiro, em novembro.

Rayssa estava na terceira colocação, atrás das japonesas Momiji Nishiya e Funa Nakayama, porém conseguiu a vitória na última manobra. A atleta, que já havia vencido as etapas de Jacksonville, Seattle e Las Vegas, nos Estados Unidos, precisava de 5 pontos, mas a manobra final foi certeira e conquistou nota 7,4.