Balanço do Mundial: Gestão de alto rendimento avalia próximos passos da seleção brasileira de Judô
Marcelo Theotonio, gerente de alto rendimento da CBJ, avaliou resultados do Brasil no Mundial de Doha e indicou retorno dos principais atletas para o Grand Slam do Cazaquistão.
Por Confederação Brasileira de Judô | Crédito da foto: Lara Monsores/CBJ
Passado o Campeonato Mundial, principal competição do ano para o Judô brasileiro, é hora de refletir sobre o trabalho realizado e avaliar os resultados obtidos. Exercício que a gestão de alto rendimento da CBJ começou a fazer ainda em Doha, ao final dos oito dias de lutas de onde o Brasil saiu com duas medalhas de bronze dos pesos pesados Beatriz Souza (+78kg) e Rafael Silva “Baby” (+100kg).
Em linhas gerais, o país levou 16 atletas para a competição, venceu 22 lutas e, além dos dois medalhistas, teve ainda a peso ligeiro Amanda Lima (48kg) no top 8 de sua categoria, terminando em sétimo lugar após vencer duas adversárias do Top 10 no ranking mundial.
Para o gerente de alto rendimento da CBJ, Marcelo Theotonio, a sensação é de dever cumprido e ainda com espaço para crescimento, dado que a equipe teve quatro desfalques de peso com as ausências de Mayra Aguiar (78kg), Daniel Cargnin (73kg), Larissa Pimenta (52kg) e Ellen Froner (70kg), os três últimos por lesões.
“O resultado foi dentro do esperado. A comissão técnica tinha uma meta, que eram duas medalhas, e, felizmente, essas duas medalhas vieram. Um ponto bastante positivo é que uma dessas medalhas veio do masculino. É o segundo ano consecutivo do masculino medalhando e isso é importante para nós no nosso processo. Então, de uma maneira geral, apesar de termos tido baixas importantes, três delas inesperadas, que diminuem um pouco nossa meta, dentro desse cenário, o resultado foi bastante satisfatório”, avaliou.
O restante da temporada será decisiva para o ranqueamento olímpico e o foco da CBJ estará em conseguir colocar representantes em todas as categorias de peso em Paris, no ano que vem. Para isso, as convocações levarão em conta as necessidades de pontuação e preparação para cada atleta de forma individualizada.
“Com o calendário da FIJ bastante congestionado de eventos, a comissão técnica já analisou uma retomada dos principais atletas para o Grand Slam de Astana, no Cazaquistão, em meados de junho. Alguns atletas vão ter planejamento individualizado e, talvez, alguns que estiveram no Mundial não precisem ir. Mas, aqueles que necessitam de pontos já retornam no Cazaquistão. E, depois, a gente tem o World Masters, o Campeonato Pan-Americano e os Jogos Pan-Americanos como eventos foco para esse ano ainda”, enumera Marcelo.
Para que esse planejamento dê certo, tem sido fundamental o apoio e a parceria da CBJ com todas as instituições do ecossistema esportivo de alto rendimento.
“Cada dia mais estamos alinhados às esferas que oferecem suporte à Confederação. O Comitê Olímpico do Brasil tem dado um apoio fundamental à nossa preparação, tudo bem discutido, bem alinhado e tem sido entregue da forma que a gente vem alinhando. E, também a parceria com os clubes, na individualização do planejamento de cada atleta”, conclui Theotonio.
Doha foi o segundo Mundial do ciclo Paris 2024 e o Brasil conseguiu manter sua tradição de pódios. Em 2022, foram quatro medalhas (2 ouros, 1 prata e 1 bronze). Na história, o país soma 54 pódios mundiais, sendo 9 ouros, 13 pratas e 32 bronzes. A expectativa é que a Federação Internacional de Judô realize um último Mundial no ano que vem, antes dos Jogos Olímpicos, valendo 100% dos pontos para a classificação olímpica.